segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PS

Que comece a antepenúltima semana de afazeres sistemáticos e que os céus abençoem o que virá pela frente. O dia começou como qualquer outro da semana, acordar cedo, se preparar lentamente para o trabalho e sair pelo caminho onde as folham me dão bom dia, onde os matos sorriem e as flores mais feias se transformam nas mais lindas da manhã. A chuva fina não assusta, apesar da falta do chapéu de chuva e a música mais linda toca na entrada das escadarias cercadas de tuneis de árvores. Queria sentir os cheiros, às vezes me chega uma amostra grátis do orvalho ainda fresco com a chuva tímida. Chegar abrir a sala vazia e escura. Ali me aguardava uma cucaracha feliz por ter passado o fim de semana aproveitando o espaço para descansar e trazer as gatinhas. Eu a olhei, pensei que já tenho problemas demais com kafkas em casa e a deixei ali. Um suspiro de cansaço de lidar com esses seres me fez a deixar ali. A porta aberta à disposição para seu livre transito. Agora é otimizar o tempo nas próximas quatros horas. Infelizmente, as portas ficam fechadas. Só a barata mesmo é livre. Nojenta, mas livre.

PS: teria ficado dias deitada naquele chão, com as roupas sujas de barro e manga comida no pé, e descascada na mão. teria ficado meses com as pernas arranhadas de alegria de cachorros que brigam com cavalos. viveria a ver o céu azul rodeada de nuvens de algodão. cebolinhas. cebolão. mangueira para aguar as plantas. apanhar couve, tomate cereja, manga, mamão, limão. bosta de vaca úmida pela chuva, não é das melhores. leva almoço pra casa e esquece o macarrão no painel do carro. húmus. muita minhoca californiana. mete a mão aí! põe as forminhas no composto, se elas morrerem deu errado. samba. casa. tchau domingo até semana que vem.