Outro dia estávamos conversando e meu companheiro disse: "é verdade o que você está dizendo, aliás é tudo verdade o que você disse nos últimos 30 minutos" (pessoas bipolares tem picos de euforia e falam como se se o mundo fosse acabar se as palavras se silenciarem). Estava falando sobre como a sociedade nos molda e como é difícil sair desse molde, mesmo depois que você entende o quão fundo o capitalismo te consumiu, muitas vezes, sem perceber se petrificou com as ideias e ideais de uma cultura "american way of life" que você não curte viver.
E nem vou muito longe falando de cultura de massa e vomitando Adorno, hoje mesmo senti a violência em que vivemos (não que eu não a sinta sempre, mas tem dias que é demais). Quase que um carro passa por cima de mim enquanto eu atravessava a rua na faixa de pedestres. Além do bossal não ter dado seta e estar rápido demais para quem está fazendo um retorno fechado, quase passa por cima de mim com aquele olhar de ser supremo, por que dentro do carro velho dele, ele é o rei. Por que ele tem um carro e isso faz dele um ser superior a mim que pobre coitada, anda a pé.
Ainda disse em voz mais projetada (reparem na expressão "voz mais projetada", pois a um mês atrás eu escreveria "gritando com os olhos em sangue") "olha a faixa!", mas o olhar dele só se tronou mais superior. Eis as pequenas coisas dessa vida sem amor e sem respeito que tem me feito pensar seriamente em viver de maneira completamente diferente depois que sair da faculdade.
Nem fui a psicóloga, preciso achar a minha verdade e isso eu sei que preciso fazer olhando pra dentro de mim, está óbvio. Mas como olhar pra dentro nessa agonia de vida? Como olhar pra dentro quando a cabeça frita em tantas outras questões de cunho burocrático que tiram seu sono e sua paz interior?
Pensando em tudo isso achei essa notícia. Já havia ouvido falar e isso é a maior prova de respeito ao cidadão e suas necessidades. Não deveríamos ter que sair do nosso canto para viver melhor, mudar de país para viver o sonho ou se esconder no mato para ser sustentável ou ao menos tentar. Se houvesse menos corrupção, menos falcatrua, menos egoísto, talvez exemplos como esses tornasse nosso país num grande gramado onde teríamos sombra de sobra para nos refrescar do concreto ensurdecedor.
http://blogmais.org/2013/07/12/curiosidades-pessoas-que-nao-conseguem-acordar-cedo/
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nem todo mundo quer a vida de todo mundo |