segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Frida



                      "O mundo tem conhecido pessoas tão bonitas, tão loucas!
Na verdade todas as grandes pessoas no mundo foram um pouco loucas, aos olhos da multidão. Suas loucuras tiveram expressão porque elas não eram miseráveis, elas não tinham medo da morte, elas não estavam preocupadas com o trivial. Elas estavam vivendo cada momento com totalidade e intensidade e, por causa dessa totalidade suas vidas se tornaram uma linda flor, elas estavam cheias de fragrância, de amor, de vida e de riso. Mas isso certamente fere milhões de pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a ideia de que você tenha alcançado alguma coisa que elas perderam; elas tentarão de todas as maneiras torna-lo infeliz.
                               A condenação delas nada mais é do que o esforço em torna-lo infeliz, para destruir sua dança, tirar a sua alegria, de medo que você possa voltar ao rebanho. É preciso reunir coragem e, se as pessoas disserem que você é louco, divirta-se com a ideia.
Diga a elas: “Você está certo, neste mundo somente pessoas loucas podem ser alegres e felizes.
Eu optei pela loucura juntamente com a alegria, com o êxtase, com a dança; você optou pela sanidade com a angústia, com o inferno, nossas opções são diferentes.
                                 Continue são e pareça miserável; deixe-me só na minha loucura. Não se sinta ofendido. Eu não estou me sentindo ofendido por todos vocês, tantas pessoas sãs, equilibradas no mundo e eu não estou me sentindo ofendido”. É apenas uma questão de pouco tempo... Breve, uma vez que elas o tenham aceitado como louco, elas não o perturbarão mais; então você pode se revelar à plena luz com seu ser original, você pode abandonar todas as suas falsidades."

-Osho-



retirado site: http://imgur.com/a/C0jRx/embed#13
Uma amiga do mundo, dessas lindamente livres ou delicadamente enjauladas na sua própria intensidade (é complicado ser intenso), postou isso no facebook e me tocou muito. Acredito ser esse meu grande impasse a vida toda. Como pregar um discurso se eu não o vivo? Por isso talvez me mudei tanto na vida. Trabalhei em tantas coisas diferentes, morei em cidades grandes, pequenas, médias. Vivi no exterior, viajei sem um puto, amei e amo intensamente sempre que possível. Uma dramática, basicamente. Cada fim de ano era (e continua sendo) um sofrimento para saber o que será do ano seguinte, será que vou ter trampo, trabalho, dinheiro e o principal, paciência de ficar no mesmo lugar.

Depois de uma viagem pela Europa, sem nada, descobri quanta gente linda tem por aí. Gente que não se interessa pela sua roupa, cabelo ou bigode. Gente que te curte por que você é interessado em aprender, por que você quer sair da bolha  e está disponível a lutar pela liberdade mental. Eu quero achar essas pessoas e tê-las por um tempo. Por pouco tempo, por que elas nunca permanecem. Elas precisam voar sempre.

Porém, ainda me apego a certas questões burocráticas. As mesmas que me surtaram. A vida é irônica. Por isso amo Brecht, um dramaturgo alemão que usou ironia da forma mais orquestrada da dramaturgia mundial. Não posso simplesmente arrumar a mochila e pedir carona na BR-050. Uma coisa é diferente dessa vez. Dessa vez realmente estou pensando com frieza, com a frieza da razão. Se meu sonho é me mudar sempre que a onda me levar, seja um curso, um mestrado, um desejo eu quero poder ir. Essa liberdade que me dá vida. Sou uma mimada da vida. Preciso viver do jeito que eu quero, a hora que eu quero, na cidade que eu quero. Quero conhecer, fazer, saber. Desse jeito sempre foi tudo. Sempre balas jogadas ao vento sem rumo.

Talvez por isso tenha escolhido o teatro, por essa informalidade de horário, de vestimentas, de códigos de etiquetas. Pena ser complicado viver dele. Antes de tudo eu quero viver, conhecer, explorar. Se realmente eu quiser fazer teatro, faço-o em qualquer lugar, com os materiais que me tenho às mãos. E para comer? Talvez aí a pane de novo. Trabalhar em lugares sugadores de gente, que não se importam com você, mas com seus números de produtividade.


Então temos os passo 1: terminar a faculdade. Por enquanto, só Deus, o Universo, os Reis dos Trovões sabem a resposta. Mas de qualquer maneira no máximo até Setembro do ano que vem.


Passo 2: vamos viver do que Brasil? Sendo que preciso de uma profissão onde eu possa levar meus materiais de trabalho para qualquer lugar. Algo que dê para se vender na internet, pois odeio vender e clientes me dão fobia. Não preciso ganhar muito. O suficiente para as contas, o entretenimento e a poupança. O resto vem da horta e do que for plantado e trocado.


Passo 3: Vamos para que cidade produção? Meu marido quer fazer mestrado em BH, eu quero ir pros fundos da Bahia. E eu? Farei mestrado?


Passo 4: Respirar viver dia e após dia e não esquecer de tomar os medicamentos. Pensar em resolver as coisas cotidianas lentamente e focar os pensamentos no universo.


Por enquanto, mulheres como Frida Kahlo no mostram que da dor, podem nascer flores.

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